Não por acaso o tema do segundo painel foi “Conteúdo 2.0. De onde virão as receitas?” Mas, antes mesmo de encontrarem novas formas de receita, as operadoras e programadores estão mesmo é preocupados com a entrada das Telecom na prestação do serviço. Varias entidades como a TAP Latin America (associação que representa na América Latina os interesses dos programadores internacionais) se posicionou veementemente contra o PL 116, como também o Grupo Bandeirantes, que controla a TV Cidade (TV a Cabo) e afirma que o projeto como está hoje causa “grande estrago” ao setor, afirmou Walter Vieira Ceneviva, vice-presidente executivo do Grupo Bandeirantes.
Mas enquanto as políticas de comunicação não se definem, a indústria da TV paga segue adiante, tentando encontrar um caminho seguro em meio a tantas vias possíveis de distribuição de conteúdo. E uma palavra, ou melhor, posicionamento, vem ganhando terreno e provendo uma forte aliança entre os anunciantes, agências de publicidade e distribuidores de conteúdo: Trasmídia.
O que é trasmídia? Basicamente é o mesmo conteúdo sendo adaptados e distribuídos em diversas plataformas de mídia. Pode parecer simples, mas não é. De acordo com Marcus Fernandes, diretor geral da Irmãos de Criação, a transmídia é um novo modelo de negócios com outra estrutura de criação, distribuição e faturamento. O principal desafio desta nova modalidade é transformar consumidores em clientes. Isto só é possível quando o consumidor passa a ter envolvimento com a marca. E a transmídia é uma ótima oportunidade para criar este envolvimento, pois permite que várias outras peçam ou conteúdos sejam criados para se criar envolvimento entre o consumidor e o produto.
Indo ao encontro desta afirmação, Marcelo Gluz, gerente de novas mídias da Globosat, apresentou cases de sucesso onde a utilização da transmídia foi utilizada. Exemplos como a franquia Matrix, que utilizou a Internet como um complemento para a saga mostrada no cinema, inclusive com animações grátis (Animatrix), livros, episódios online, dentre outros. Outro exemplo de sucesso foi o filme Bruxa de Blair, que utilizou a rede para criar envolvimento com o filme mesmo antes de ser filmado. Trazendo para a realidade brasileira a Globosat tem utilizado o Cartola, um jogo online de futebol onde os usuários fortalecem seus times com informações buscadas no Globoesporte.com.
Entretanto, a tendência mais evidente que pode ser percebida na mudança de posicionamento das empresas de TV paga foi apresentada por Renato Improta, diretor executivo de mídias digitais da Accenture. A palavra telespectador deverá ser revista, ou seu conceito ampliado. O modo tradicional de consumir televisão onde o indivíduo se torna telespectador somente no instante em que liga o aparelho de TV e senta confortavelmente no sofá da sala não existe mais. A tecnologia permite que o envolvimento com o espectador seja constante mesmo fora de sua casa. As operadoras têm atualmente condições para envolver o espectador mesmo quando não assiste TV. Smartphones, Ipads, Tablets e outros dispositivos (veja fotos abaixo), permitirão que o assinante se mantenha conectado com a operadora e programe a distância o que irá ver ao chegar em casa. Redes sociais discutirão sobre a programação e serão utilizadas para o engajamento da audiência. Porém, como salientou Improta, tudo isso depende da penetração da Banda Larga no país.
Este será o tema do terceiro dia do congresso com o Painel 3: A explosão da Banda Larga. Acompanhe a cobertura aqui.
Soluções da OTTV para TV paga onde o cliente pode acessar conteúdo por dispositivos como Smartphones
2 Comentários
Eu por exemplo, tenho tanto conteúdo disponível na internet, que pouco assisto televisão.
Uma aposta da SKY e o download de conteúdo, onde o assinante tem uma gama de programas já no HD do equipamento e que pode ser acessado a qualquer momento.
Mas o caminho é longo e principalmente a geração mais nova, não terá dificuldade nenhuma em trocar a televisão pela internet.
Enquanto isso, os gênios da ABTA tentam tirar algum coelho da cartola.
Um grande abraço
Giba
abs